quinta-feira, 4 de junho de 2015

Eu e eu mesma.

Era uma vez, uma pequena garotinha, tão meiga e fofa.Acreditava em amor,e na religião. Gritava ao mundo o que era paixão,sem saber se tinha razão, afinal, ela nunca tinha realmente vivido uma.Seus pais apostavam tudo em si, até a própria vida. E a garotinha em forma de gratidão sempre sorria. Ela grata, até pela pessoa que não gostava dela, ela era grata.
Mas conforme sua forma, corporal e mental se desenvolvia, ela não entendia. "Tanto amor a mim, que sou assim, feia por fora e feita de pedra por dentro?", seus pais diziam que o mundo poderia ser dela,se acreditasse. Ela sorria, agora não mais em forma de gratidão, mas sim de perdão.
Suas lágrimas todas as noites escorriam, fazendo seus cabelos negros grudarem no rosto e muitas vezes se enroscar no aparelho. Lembrava dos olhos do pai, que gritavam "MEU DEUS MINHA FILHA, O QUE QUER DE MIM?", ela se sentia mal, pois nem ela sabia. "Talvez eu queira amor, talvez eu queira alegria. Ser plenamente feliz", abraçada ao travesseiro a garota murmurava, até no sono cair.
Todos os dias, se levantava para ir a escola, com relutância. Ela praguejava todo o caminho. Odiando isso e aquilo. Ao pisar na escola, sentia sua cabeça dar um giro de 360º. Ela sentava em sua mesa, e de cabeça baixa se questionava -"O que faço aqui?"- mas nenhuma resposta concreta se formava. "Pelos meus pais, pelo meu futuro", era muito vago. Então, como se a vida fosse justa, ela repara em um espião. Vendo seu sofrimento. Sem questionar ela se interessa por aqueles olhos claros, porém dura até a página dois. As coleguinhas dele aparecem, bonitas e bem vestidas. Sua "bad" volta, ela ri em forma de deboche, e encara aquela turma que parece ser tão descolada, por um momento desejando ser como eles, pois parecem se encaixar. Seu olhar baixo não atrai a atenção de ninguém, só a faz amar seu all star surrado, ela sabe, ela se encaixa no seu mundo e não no deles. Enfim, a garotinha tão meiga, fofa e com um pico de depressão foi salva.

Nesse conto, não teve fada madrinha, ou príncipes encantados. Apenas uma garota que aceitou a vida imperfeita que tem, desejando ser apenas a melhor pessoa do mundo, ela mesma.

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