sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Smells like teen spirit.

"Não, de novo não. K, não!" - Digo a mim mesma, com vontade de arrancar meus cabelos. Com vontade atacar meu celular longe, e tirar todas as coisas que me fazem lembrar de "ilusão" no meu quarto. Principalmente, os artefatos do Nirvana. - Droga, Kurt Cobain, odeio te amar!
Eu sou aquela garota, que você pode achar estranha no começo, mas no fim, se gostar, se apega. Tenho tendência a encontrar pessoas com o sobrenome "problema", ou "suicida". Tudo a mesma coisa, não?!
Mas chega uma hora, que tudo se desgasta. E você se cansa de ser apoio para as outras pessoas, e quer ser apoio para si mesma. Mesmo que tenha que ser "a vela" do encontro com amigos, mesmo que doa ver todos ao redor com alguém. Mesmo que doa. É o que eu digo a mim mesma, para não cair ao pedaços. Mesmo que doa vê-lo com outra, em fotos, na portaria do Prédio, em suas palavras ditas em alto e bom som, mesmo que doa. É a vida, e você simplesmente segue.
"Está no prédio? Se sim, desce aí." - ME DEIXA EM PAZ, é a minha resposta gritada, para uma tela de celular.
"Em 10 minutos estou aí." - burra eu, prazer.
Desgaste. Olho o reflexo do espelho, e é isso que eu vejo. Desgaste, não mais.
Geralmente, me sinto ansiosa para sair, ir ao curso e ver a cidade toda em movimento, mas hoje só estou afim de me afundar na cama e dormir. Dormir por anos. Mas, não posso, fugir é bobagem, então, enfrento.
A portaria é como um ponto de encontro para todos os moradores que tem menos de 19 anos se encontrarem. E esse é o primeiro passo para a minha liberdade, passar pelo grupinho de garotos que conquistam tudo com um sorriso. "Eles vão me encarar, eu vou tropeçar, eu vou... Eu acho que vou voltar... Não!" - Ergo a cabeça, e vou. 
E sabe qual é a tática? Fingir que está falando ao telefone, que é importante. Sim, essa é a tática. Obrigada Miga V.
"Alô, V? Oi, eu já estou indo. Me desculpa, não vou mais me atrasar." - Olho para o lado e balbucio uma desculpa a ele, que dá de ombros. Como se não desse a mínima. Eu queria ter esse mesmo sentimento, gostaria de não dar a mínima. De vomitar todas as esperanças que alimentei. Mas é difícil. - "Eu sei Victor, nunca mais faço isso. Te prometo. Não me atrasarei mais. Não vou perder tempo." - Eu queria alimentar meu ego, deixá-lo tão cheio a ponto de vomitar qualquer coisa que viesse antes dele. Para isso, chamei minha amiga de Victor. Ela vai entender. Então, antes de abrir o portão para sair, eu olho para ele, que me nota e ri - "Não vou perder tempo, eu vou vomitar no caminho. Vomitar as ilusões." - É, meu show acabou por aqui.

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